sábado, 11 de março de 2017


Booktrailer do livro Segredos Sombrios. Autor: Aurélio Simões






Deem uma olhada nesse booktrailer sombrio e polêmico e participe do sorteio para ganhar um exemplar.


quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Fotografia Surreal

A fotógrafa ucraniana Irina Dzhul mistura fantasia, surrealismo e contos de fadas em suas fotografias. Olhem só:
















domingo, 28 de agosto de 2016


As Origens da Magia

Depois de ter pesquisado sobre a Wicca criei minha própria versão da origem da magia para o livro que estou escrevendo: O Príncipe, O Deus Falso e O Espectro do Espelho.















Num tempo desconhecido, o Deus invisível e Sua deusa criaram o Universo, a Terra e os humanos e os deixaram para que evoluíssem. A deusa tinha grande amor pelos humanos e decidiu descer para servi-los com Sua graça pessoalmente. Por ser muito bela, temia que Sua pureza fosse corrompida pela curiosidade dos homens que estavam procriando e decidiu misturar-se com a noite aparecendo a algumas mulheres em sonhos cuja alma fosse forte o suficiente para prestar adoração. As mulheres que Ela reuniu foram instruídas em sonhos com tudo o que deveriam fazer para honrá-La com cânticos, danças e com a permissão de rituais para obter favores. A Deusa foi bem clara em lhes alertar de que se fizessem o mal ele retornaria na mesma intensidade com que foi feito. A Deusa era vista pelos animais e criaturas mágicas que surgiram conforme a Terra foi evoluindo: fadas, faunos e deidades das florestas e elementos da natureza; tudo permitido pelo Deus invisível para que respeitassem Sua amada esposa, a natureza e os animais. As mulheres eram temidas pelos homens e vistas como semi-deusas por gerarem vida em seus ventres. A humanidade era dividida em povos governados por uma mulher eleita. Em cada povoado ela era nomeada Amazona por causa da grande floresta daqueles tempos que cobria a maior parte do planeta chamada de Amazônia, o paraíso terrestre.
Uma das deidades dos animais mais conhecidas se chamava Cernunnos que tinha as pernas e chifres de um cervo e tinha uma admiração muito grande pela Deusa, mas dessa admiração nasceu o amor. Pela primeira vez, depois de muito andar pelas florestas e bosques, a Deusa dormiu. Um sono longo que durou cerca de três meses. Os ventos tornaram-se frios e nasceu o gelo e a neve. Os humanos aprendem a se proteger dessa época fria e igualmente os animais. Depois que despertou, a Deusa vê a terra tôda coberta de gelo e neve e proclama: “abençoada seja a terra em nome de meu esposo, o Deus invisível! Eu a abençoo e que torne-se fértil.” Aos poucos, o gelo e a neve se derretem. As mulheres, escolhidas pela Deusa, vêem aquilo como um sinal de Sua fartura e passam a plantar sementes na terra. De alguma forma, o deus Cernunnos se sente revitalizado com a benção da Deusa e o Deus invisível, esposo da Deusa, Lhe abençoa. Diante de tôda aquela energia presente na natureza, a Deusa e o deus chifrudo acabam se encontrando e copulam. Três meses depois, acontecem as primeira colheitas e são cozidos pães nos quais as mulheres eleitas pedem a bênção da Deusa e as outras pessoas a bênção do Deus Invisível. Conforme os meses passam e se tornam mais curtos, Cernunnos sente seu poder diminuir e não consegue mais cumprir seu papel de protetor dos animais enquanto a Deusa passa a sentir o filho de ambos no ventre. Não conseguindo encontrá-lo, Ela começa a andar pelos bosques preocupada e o encontra sentado e encostado em uma árvore com alguns animais em volta dele. Vendo que o amante está com os lábios roxos e a pele pálida, corre e se ajoelha diante dele. “Meu amado, o que há contigo?” O deus dos animais abre um pouco seus olhos e vê a amada mais radiante do que antes com uma coroa de flores na cabeça.” Nós voltaremos a nos ver. Estou dentro de você”, sussurra ele e morre me seguida no mesmo momento em que o Sol está se pondo e as árvores ficando sem suas folhas. A Deusa chora a morte do amante e o abençoa. Enquanto a noite vai caindo, o esposo da Deusa decidiu procurá-la nos bosques e a encontrou perto do corpo de Cernunnos. A ira do Deus Invisível se acendeu contra ela: “O que você fez?” esbravejou Ele. A Deusa levantou-se assustada e disse: “ Minha compaixão levou-me a ele, meu marido. O vi quando já estava falecendo.” O Deus Invisível não se deixou enganar ao ver a barriga de Sua amada Deusa crescendo: “ cometeu o maior de todos os pecados e agora está em seu ventre. Se com os humanos deseja ficar então com eles será sua morada. Não permitirei mais que retorne ao Teu Lar. Conheço o coração dos homens e não se lembrarão de Ti para sempre. Suas eleitas serão perseguidas e mortas de geração em geração e Teu amante será comparado ao mais sombrio anjo vil. Tudo que ensinaste a elas está fadado a enfraquecer e o desejo do homem será maior do que a mulher e ele a dominará”. O marido da Deusa desapareceu em seguida, mas ela não se deixou abater. Continuou ensinando da sua magia às futuras gerações de mulheres eleitas; uma mulher da família passava à sua filha e esta, quando crescesse, à sua filha e assim por diante. Porém, conforme proferiu o Deus Invisível, essa força não duraria para sempre: por Sua própria Natureza, a Deusa sentiu que algo estava errado no paraíso celestial. Naqueles dias, o deus já tinha nascido de seu ventre e, apesar do seu sono de três meses querer incomodá-la, num belo dia de sol ela viu algo impressionante: seres alados caindo do céu. Eram incontáveis. Assim que acabou, iniciou-se um violento tremor de terra e segurou-se em uma árvore para não cair. O deus-menino estava próximo Dela. Depois daquilo, a Deusa finalmente adormeceu, mas a natureza sofreu ataques pela queda daqueles seres alados: inundações, furacões, mares cobriram grandes porções de terras. Os seres alados que caíram na terra se iraram contra o Deus invisível e passaram a se disfarçar de mortais corrompendo os humanos tendo relações sexuais com mulheres e ensinando pessoas a manipular elementos da natureza e outras artes proibidas o que ficou conhecido como magia negra. Por causa disso, as artes mágicas começaram a ser vistas como algo diabólico e os ensinamentos da Deusa foram perseguidos; muitas de Suas eleitas foram mortas e os que criam no Deus invisível passaram a detestá-las por causa da corrupção daqueles seres alados. Assim, ficaram divididos os ensinamentos e rituais da Deusa como magia branca e as artes negras ensinadas pelos alados caídos como magia negra. Em sua essência, a magia é boa, mas como se vê aqui, foi corrompida por más intenções. Cada um pode praticar tanto uma como a outra, mas estar ciente de que aquilo que fizer retornará para quem a conjurou, seja bom ou ruim.




Novo Anime de Sakura Card Captors!



Quem não se lembra da garotinha que teve a missão de capturar as Cartas Clow? O anime de sucesso que em maio deste ano completou 20 anos já tem um novo anime no Japão e a CLAMP anunciou que uma nova versão de Sakura está em produção na qual o desenrolar da trama será após Sakura se formar e ir para o Ensino Médio. Veja aqui http://br.ign.com/sakura-card-captors/26281/news/novo-anime-de-sakura-card-captors-e-anunciado?utm_source=recirc

O jeito é aguardar! Para que digamos juntos liberte-se!

sábado, 27 de agosto de 2016


Você sabe qual é a origem do brigadeiro?


Esse docinho é amado por quase todas as pessoas do Brasil, mas você sabe como ele nasceu? Dá uma olhada no link http://origemdascoisas.com/a-origem-do-brigadeiro/

quarta-feira, 24 de agosto de 2016


Conto

Salve-os

- Vivá! Vivá, acorde, mana, por favor! - Dizia o indiozinho Ararê para sua irmã mais velha. Vivá significa forte como a natureza.

A índia acordou e sentou-se na cama ainda sonolenta. Olhou para um lado vendo seu irmão Ararê com os olhos escuros e arregalados para ela e depois para o outro observando seu outro irmão Yahto comendo uma banana, mas com o olhar distante.

- Vou lavar o rosto no riacho aqui próximo e então você me mostra, está bem? - Disse Vivá voltando a olhar pra o irmão com um sorriso manhoso.

Arerê todo alegre acompanhou a irmã mais velha para o riacho que ela disse. Yahto, gêmeo de Ararê, já tinha terminado de comer e acompanhou os irmãos para fora da oca cujo teto tinha muitas folhas de bananeira. Vivá tinha treze anos enquanto os gêmeos Arerê e Yahto tinham 8. Enquanto a curumim jovem usava uma saia de pano e um top do mesmo material para cobrir os seios que já cresciam em seu corpo jovem, os gêmeos usavam apenas uma tanga. Os três possuíam cabelo preto, liso e curto e uma pele morena por causa do sol. Faziam parte de uma pequena tribo no seio da Amazônia, mas pelo visto tinham sido um dos primeiros a acordar porque Vivá olhou em volta e não viu outros saindo das ocas.

- Arerê, me mostre o que tanto quer. - Disse a curumim segurando na mão do irmão. - Venha Yahto! - Completou em voz alta para o irmão que os observava impassível. Ararê significa amigo dos papagaios e Yahto significa Azul porque o indiozinho geralmente irradiava calma como a cor azul.

Durante o trajeto, a índia observava às vezes Yahto que os acompanhava. Seu irmão olhava para as folhagens e para as cascas de árvores pelo caminho e estava muito quieto.

- Aqui! - Exclamou Arerê à irmã parando no caminho e fazendo-a olhar para uma grande árvore. Yahto ergueu um pouco as sobrancelhas olhando a copa da enorme árvore e os raios do sol a atravessava nquele início de dia.

Vivá ficou andando em volta da árvore olhando as grandes raízes e galhos que pendiam na vertical. Ficou impressionada.

- Olha isso aqui, mana. - Disse Arerê se aproximando da irmã com uma substância branca e leitosa nos dedos. Yahto também se aproximou do irmão e pela primeira vez falou:
- O que é isso? - Indagou Yahto para o irmão gêmeo.
- Sai da árvore. - Respondeu Arerê.
Vivá aproximou o nariz e cheirou afastando o rosto rápido e fazendo careta.
- Que cheiro estranho. - Disse a jovem índia rindo um pouco.
Yahto também cheirou e sua reação foi mostrar a língua e dizer que o cheiro era ruim.
Os três irmãos riram.
- Depois a gente volta aqui e vê o que podemos fazer. Agora, vamos voltar e comer. - Disse a irmã.
Os gêmeos concordaram e foram correndo, mas antes que Vivá os seguisse teve a impressão de ouvir um estalo de madeira e olhou para trás. Apesar da idade, ela era corajosa e se sentia responsável pelos irmãos mais novos. Comprimiu um pouco os olhos e deu uns passos para frente.

- Pode sair daí. Eu não tenho medo. - Disse a índia cruzando os braços.

Esperou, mas ninguém saiu do meio das folhagens. Suspirou desapontada por pensar em um pouco de diversão pela manhã e em seguida voltou correndo para se juntar a seus irmãos. A tribo já estava acordada agora: algumas mulheres amamentando seus filhos, outras descascando legumes, tecendo roupas e outras tecendo cestos com fibras de madeira. Haviam crianças correndo para lá e para cá brincando enquanto homens traziam frutas que colhiam das árvores, verificavam flechas e outras armas.

- Avivá! Vem, mana! - Chamou Arerê balançando os braços para ela na frente da oca. A índia não viu Yahto. Provavelmente estava dentro da oca.

Avivá foi correndo e entrou na oca se juntando a ele. Yahto estava agachado num canto comendo jabuticaba. A índia se pôs a comer mamão enquanto Arerê comia abacaxi. Ela cuidava dos seus irmãos desde que seus pais haviam morrido. A tribo os ajudava, mas honrava muito a jovem índia por ter maturidade para cuidar de dois irmãos. Ainda achava estranho Yahto daquele jeito. Ele não era extrovertido como o irmão, mas não ficava reservado daquela forma.

Ocorreu um casamento à noite e a cerimônia era feita pela senhora mais velha da tribo que chamavam de Lamona ( protetora ). Avivá estava conversando com os noivos, mas frequentemente olhava em volta para ver o que faziam seus irmãos mais novos: Arerê estava brincando com outras crianças e roubando frutas dispostas em folhas de bananeira, mas o que lhe deixou aliviada foi ver Yahto aprendendo a tocar flauta com outro menino. Não estava alegre, mas a questão de franzir o cenho enquanto acompanhava o movimento dos dedos do outro menino com os seus na flauta demonstrava interesse.

- Avivá.

A indiazinha virou-se e ergueu a cabeça vendo a senhora Lamona com um pequeno sorriso para ela. Lamona estava trajando uma bata branca e pulseiras coloridas, mas a pele enrugada e os cabelos brancos mostravam sua idade avançada. Na verdade, toda a tribo estava usando enfeites coloridos, pulseiras. colares e partes do corpo pintadas com tinta vermelha, branca e amarela. Avivá estava apenas com dois traços de tinta vermelha pintados em cada bochecha.

- Oi, vovó! - Exclmaou ela com um pequeno sorriso dando-lhe um abraço. As crianças da tribo a chamavam assim por respeito.

Lamona retribuiu o abraço e pediu que a seguisse para sua oca. Avivá falou que precisava vigiar seus irmãos, mas ela a tranquilizou dizendo que ficarão bem. Assim que entraram sentaram cada uma em um toco de árvore usado como banquinho.

- Como está, menina? - Indagou a índia idosa para ela com a voz arrastada.

- Estou bem, vovó. Na verdade, Yahto está me preocupado. Ele está muito quieto. - Disse Avivá coçando os cabelos.

- Yahto fica desse jeito quando percebe alguma coisa estranha ao seu redor. - Disse a idos lentamente.

- Como assim, estranha, vovó?

A Lemona fez um pequeno sorriso no rosto, levantou-se e foi até uma mesinha próxima. Como toda criança, Avivá ficou curiosa levantando-se também e ficando na ponta dos pés balançando de um lado para o outro tentando ver o que a “vovó” estava fazendo. Assim que ela virou, a curumim sentou-se rapidamente. A Lemona mostrou em suas mãos um colar com pingente em formato de tartaruga feito de uma pedra verde e polida. A curumim pegou-o, mas não entendeu o que era aquilo.

- O que é isso, vóvó? - Indagou Vivá colocando o colar no cabelo.

A índia sabia e idosa riu um pouco tirando o colar dos cabelos da menina e colocando-o no pescoço dela.

- Se chama Muiraquitã, menina e ele vai te proteger. - Disse a Lemona.

Aos poucos, a menina índia sorriu para o amuleto e abraçou a idosa que retribuiu com outro sorriso.

- Mas vovó, porque me proteger? - Indagou a menina.

O olhar da índia sábia assumiu um brilho estranho, mas ela não respondeu a pergunta. Conduziu Vivá para fora para oca em seguida.

- Vá se divertir com seus irmãos, menina. Você é forte, Vivá. Vai conseguir. - Disse a idosa voltando para dentro de sua oca.

A menina virou-se e ficou fitando a oca da Lemona refletindo no que ela tinha falado. O amuleto vai protegê-la do quê? O que ela vai conseguir?

- Vivá?

A curumim virou-se vendo o irmão Irerê olhando para seu colar curioso. O menino passou um dedo no pingente em formato de tartaruga e depois voltou a olhar para ela.

- A vovó me deu. Disse que é pra me proteger. - Respondeu Vivá. para o irmão.

Mas Irerê não parecia interessado. Estava mordendo o lábio inferior de leve.

- O que foi, Irerê?

- Não consigo encontrar o Yahto. - Respondeu ele.

A curumim olhou para todos os lados e começou a andar pela festa segurando Arerê pela mão. Finalmente, viram Yahto indo para a floresta. Vivá o chamou, ele se virou olhou para ela por um tempo e tornou a entrar na mata. Vivá e o irmão, ainda de mãos dadas, saíram correndo na direção dele. Vivá, apesar da idade, era destemida, porém inconsequente. Adentraram cada vez mais a mata e o som da festa foi diminuindo até finalmente ficar tudo em silêncio que só era quebrado pelo som de algum pássaro. Agora, pareciam estar no meio da mata. Arerê cutucou o ombro da irmã e apontou para a frente: Yahto estava agachado perto de uma árvore mexendo na terra.

- Yahto? - Indagou a curumim se aproximando cautelosamente. Arerê vinha andando atrás da irmã.

Yahto virou-se olhando para eles e ficou de pé.

- Avivá? Arerê? - Disse o curumim com a voz um pouco baixa.

Tendo a certeza de que era realmente seu irmão, Avivá se aproximou e o abraçou. Arerê fez o mesmo. De repente, um som como de alguém correndo entre as folhagens chamou a atenção deles. Avivá colocou Yahto atrás dela e Ararê ficou do lado dele.

- Quem é? - Indagou ela.

- Avivá... - Começou Yahto com a voz trêmula.

- Shhh! Calma, maninho. Eu estou aqui e ninguém vai ferir você. - Respondeu ela.

- Avivá! - Gritou Ararê de repente.

A curumim acompanhou o olhar do irmão e sentiu um nó na garganta: uma criatura negra parecida com um homem de braços e pernas compridos e olhos vermelhos os encarava.

- Corram! - Disse a curumim pegando os irmãos um em cada mão.

Os três sentiam as folhas batendo em seus rostos enquanto corriam. Em um determinado momento, Ararê olhou para trás e viu a criatura os seguindo.

- Está seguindo a gente, mana! - Gritou o índio à irmã.

- A gente vai morrer! - Disse Yahto quase chorando.

- Niguém vai morrer! Continuem...

Antes que pudesse terminar de falar, os três irmãos curumins tropeçaram num tronco de árvore e gritando rolaram pela terra que tinha na frente até caírem numa espécia de caverna coberta. Seus irmãos estavam desacordados, mas só para garantir que estam sozinhos, Avivá levantou-se um pouco para fora daquela “cobertura” de terra e olhou para cima: aparentemente estavam sozinhos. Preferiu dormir, mas tomaria provisões pela manhã. A curumim acabou deitando de lado e, assim que acordou, era de manhã e viu os irmãos um segurando o braço do outro e olhando para frente.

- Vocês estão bem? O que foi? - Indagou ela olhando de um para o outro. Ambos não estavam assustado, mas surpresos.

Avivá olhou logo à frente e viu um tamanduá-bandeira os encarando. Ela inclinou um pouco a cabeça para o lado curiosa.

- Estão com fome? - Indagou o animal com uma voz convidativa e fraterna.

Os três irmãos ficaram boquiabertos fazendo o animal rir. Moveu a cabeça na direção oposta fazendo sinal para que o seguissem. As crianças estavam com fome e decidiram seguir o tamanduá. Assim que viram frutas em folhas de bananeira puseram-se a comer. Assim que pararam de comer, ele se aproximou mais um pouco.

- O que faziam nessa parte da mata? Não é seguro. O Mal perseguiu vocês? - Indagou o tamanduá.

- É o nome daquele monstro comprido? - Perguntou Ararê.

- É. Ninguém sabe como surgiu e o que realmente quer. Só se sabe que quando o vir é preciso fazer o que vocês fizeram. - Respondeu o animal. - Eu vou ajudá-los como puder, crianças. Fiquem tranquilos. Me chamo Tuti.

Naquele dia, Avivá fez uma lança moldando um pedra até que ficasse triangular e servisse de ponta e amarrando com um cipó de uma árvore a um pedaço de árvore grosso e o animal os mostrou onde tinha um riacho para que pudessem beber água. à noite, Tuti os levou de volta aonde estavam dormindo, mas ele e Avivá faziam turnos de vigília caso o Mal voltasse. E ele estava de volta. Assim que viram movimento entre as folhagens, Avivá e o animal se colocaram na frente de Arerê e Yahto. A curumim estava com a lança apontada para a criatura.

- O que você quer? - Indagou a curumim ameaçadoramente.

A criatura negra se moveu mais um pouco para a frente e lentamente ergueu o braço direito e apontou as garras para os gêmeos que se encolheram. Yahto já estava chorando.

- Eu os quero. - Respondeu a criatura com uma voz arrastada e fantasmagórica que fez os cabelos da nuca da curumim se arrepiarem.
- Mal, volte para o lugar de onde veio! Eles não serão seus! - Disse o tamanduá.

A criatura riu horrivelmente, mas não era possível ver nenhuma boca se movendo. Apenas seus olhos vermelhos piscavam às vezes.

- Yahto, maninho, pare de chorar. Eu também estou com medo, mas acho que teremos de correr de novo. - Disse Ararê para ele.

- Mas... - Disse ele com a voz chorosa.

Arerê o levantou e viu a criatura se aproximando mais e mais de todos eles.

- Não há como me vencer. Me dê seus irmãos ou você e sua tribo será destruídos. - Disse a criatura parada mais perto deles.

- Eu não vou sacrificá-los! Vou protegê-los de qualquer jeito! - Gritou Avivá.

Assim que tentou ferir a criatura com a lança, ela segurou-a com suas garras e jogou a arma para longe.

- Vamos, criança. Eu estou com fome! - Vociferou ele como um demônio.

- Venham! Corram, corram! - Gritou o animal correndo no sentido contrário.

Os três irmãos seguiram o animal por dentro da mata, mas ela estava ficando muito densa de novo e para o desespero deles perderam Tuti de vista.

- Tuti? Tuti! - Gritou Avivá olhando para os lados.

- Olha! - Gritou Yahto apontando para a frente.

O Mal vinha na direção deles de novo e estendendo a mão como antes. Avivá segurou os irmãos pelas mãos e correram de novo. No meio do caminho, Arerê viu Tuti parado olhando para eles.

- Mana, é o Tuti! - Disse ele à irmã apontando para frente.

Os três o alcançaram e correram junto com o animal pela mata. Avivá às vezes olhava para trás vendo a criatura de relance. Tuti parou de repente batendo as patas peludas. Tinha um penhasco na frente e um rio com pedras lá embaixo. Viraram-se vendo a criatura chegar devagar.

- Agora, não tem para onde correr, menina. Me dê logo seus irmãos ou destruirei você e sua tribo! - Gritou a criatura negra.

- Eu não vou fazer isso! Como vou acreditar que sabe da minha tribo? - Gritou a curumim para ele.

- Isso não é algo que uma criança entenderia. Me entregue eles, agora! - Esbravejou a criatura chegando mais perto.

- Você terá de entregá-los, Avivá. - Disse o tamanduá tristemente.

- São tudo o que eu tenho, Tuti! Eu não posso fazer isso! - Falou a curumim olhando para ele e depois para os irmãos que já estavam chorando.

- Não há como derrotá-lo. Precisa salvar sua tribo. Entregue seus irmãos para o Mal. - Disse o tamanduá.

- Mas, eu... - Tentou dizer a indiazinha, mas suas palavras foram se perdendo por causa do choro.

Avivá chorou um pouco, mas por ser corajosa, pensou em algo que jamais imaginou que faria.

- Tome a minha vida pela da minha tribo e dos meus irmãos. - Disse Avivá à criatura.

- Sacrificaria a sua vida pelos seus irmãos? Acha que eu pouparia o restante depois disso? - Disse a criatura com desdém.

- Por favor, Tuti. Assim que eu me for, pegue meus irmãos e leve-os de volta à tribo. - Disse Avivá com a voz afetada pelo choro.

A criatura foi se aproximando mais, a curumim fechou seus olhos e...nada aconteceu. Ainda estava ali. Seus irmãos tinham parado de chorar e Tuti olhava para ela.

- Muito bem, Avivá. - Disse o tamanduá com sorriso na voz.

- O quê? - Indagou a indiazinha sem entender.

Aos poucos, ouviu-se alguém andando entre as folhagens, mas eram os homens de sua tribo e a própria Lemona apareceu depois sorrindo.

- Vovó? - Indagou a curumim ainda confusa.

A Lemona se aproximou agachou-se e abraçou a curumim.

- Você provou ser uma guerreira da tribo, menina. Salvou seus irmãos sozinha. - Disse a índia idosa soltando-se dela.

- Mas, vovó, o...

Assim que olhou para trás viu só seus irmãos. Tuti tinha desaparecido. Ela observou a expressão de seus irmãos e viu que também não entendima o que tinha acontecido.

- Você os salvou, menina. - Disse a Lemona.

- Como eu os salvei se ainda estão aqui? - Indagou a curumim.

A idosa foi até os irmãos dela aproximando-os de si.

- Você os salvou querendo dar a sua vida por nós e por seus irmãos - Disse a Lemona.

Os três irmãos foram levados de volta à tribo e Avivá foi avisada de que seria treinada como guerreira. Ela não entendeu o que aconteceu na mata, mas aprendeu uma coisa: precisamos enfrentar o que nos aterroriza para vencermos.

sábado, 13 de agosto de 2016


Sobre O Príncipe e A Vingança do Espelho Mágico ( Volume 2 de O Príncipe )


O livro dois terá mais aventura com seres das trevas querendo destruir o felizes para sempre do príncipe. A trama que estou escrevendo terá as Mitologias Grega e Nórdica, algumas coisinhas da Wicca, Folclore do Brasil, Orixás e criaturas míticas, anjos além de outros personagens dos contos de fadas, mas não é só com com isso que esse mundo fantástico e novo terá de se preocupar: uma divindade está descendo a Yggdrasil com intenções bem piores...